Tanto que no final da Idade Média, com o surgimento dos alfaiates, os burgueses começaram a copiar as roupas dos nobres e esses, por sua vez, inventavam algo novo para se diferenciarem. Começava aí um movimento de criação e cópia, que nunca mais acabou. Pelo contrário, só acelerou com a loja de perucas revolução industrial, com o capitalismo e, até o final do século passado, com o boom das fast fashion. No entanto, outro marco que mudou tudo, inclusive a história da moda no Brasil, foi a globalização. Com ela, passou a ser mais fácil consumir materiais e tendências pelo mundo todo.
A coleção apresentava minissais, botas brancas e vestidos com corte reto. As calças estilo Saint-Tropez que deixam o umbigo de fora também começaram a aparecer nas ruas. Assim como a guerra do início do século, a Segunda Guerra Mundial também trouxe consequências para a história da moda. Na Europa, berço de grandes etilistas da época, muitas maisons fecharam suas portas. Mas foi por volta do século XV, momento em que explodiu o renascimento na Europa, que a moda começou a ser associada ao estilo de vida e identidade pessoal dos indivíduos. Por que as roupas de passarelas são consideradas tão “estranhas” pela sociedade?
Eles influenciaram não somente a moda e o comportamento de uma época, mas as artes, a cultura e outros segmentos. Também são chamados de "Zeitgeist", que significa "Espírito do Tempo" em alemão. Agora, paz, amor e liberdade eram prioridades, transmitidos por meio de estampas alegres, coloridas e com flores, sempre trazendo sensibilidade, bom humor e descontração. Calça boca de sino, pantalonas e cintura alta são algumas das tendências da época. Não dá para falar da história da moda no século XX sem mencionar Chanel, afinal, seus feitos refletem a forma que nos vestimos até hoje. Tudo passou a ser menos rígido, adornado e colorido, sendo que a funcionalidade virou um ponto importante.
Para a confecção da camiseta rasgada tão vista em 1979, foi utilizada a técnica da estilista. Outro produto cultural que influenciou a moda foi certamente o filme “Os embalos de sábado à noite” de 1977, protagonizado por John Travolta. As ruas foram tomadas por tecidos elásticos sintéticos, vestidos de spandex (tecido com muita elasticidade) e sapatos de salto alto usados com meias curtas. Tachas, camisetas grafitadas, roupas pretas de couro, coturnos e alfinetes deixaram de ser exclusividade dos punks. O movimento nasceu em Londres, em 1976, e tinha inicialmente como principais seguidores jovens desempregados e estudantes. O período é lembrado também por ter sido a primeira vez na história da moda que os jovens não se vestiam como seus pais.
Como a moda pode ser uma forma de empoderamento feminino?
Por causa da escassez de recursos, houve muito reaproveitamento de tecidos de decoração nas roupas, assim como as mulheres que desenhavam a costura da meia calca nas pernas, para driblar a ausência das mesmas no mercado. Depois de 1945, surgiu o new look de Dior, demonstrando o uso farto de tecidos, representando um movimento de prosperidade. Em resumo, a arte e a moda têm uma relação duradoura e inspiradora.
Quais são os principais ícones da moda que marcaram época?
Em outubro de 1926, a Vogue americana descreveu o “pretinho básico” como o “Ford” da Chanel, acrescentando que o mundo inteiro vestiria a peça. A comparação feita pela Vogue se deve ao fato de que o vestido, assim como o “Modelo T” da Ford, tinha um forte apelo comercial. Momentos traumáticos como a Primeira Guerra Mundial exerceram influência na história da moda. Os homens usavam roupas que deixavam seus ombros visivelmente mais largos e as mulheres buscavam uma forma semelhante ao do violão. O interesse das mulheres por suas cinturas foi essencial para o surgimento do corpete, o antecessor do nosso conhecido espartilho.
Anos 1970: década do glam rock, do estilo discoteca e do punk
A moda em si surge quando os plebeus passam a querer imitar as roupas da nobreza, que para não repetir os trajes, começam a mudar com frequência suas roupas. A medida que a tecnologia e a comunicação avançaram, o mundo evoluiu e as roupas também. Os estilistas não criam apenas modelos, eles criam ideologias, inventam e reinventam. Conseguir combinar os elementos que a sociedade precisa em determinado momento histórico, exige estudo e visão no segmento de moda.
A ficção também ajudou a construção do estilo de vida mais glamouroso. Seriados de TV como Dallas e Dynasty apresentavam atores com figurinos pomposos. Tops tomara que caia de lantejoulas, blusas halter neck (tipo de decote que valoriza o colo feminino) de lurex e calças justas eram vistas maio surfista feminino com maior frequência. A década de 1970 também assistiu uma maior presença de estilistas de diversas nacionalidades no cenário da moda. Nomes como Calvin Klein, Jean Paulo Gautier, Claude Montana, Kenzo, Giorgio Armani e Ralph Lauren contribuíram para a internacionalização da moda.